ficou vazio depois de partires. o teu sorriso existia
ainda dentro de mim, mas já não eras tu. era a tua
imagem.
não penso para onde foste porque o meu peito, sem
ti, fica atravessado por lâminas. tenho um silêncio
dentro. toco os sítios onde estiveram as tuas mãos.
sinto o que sentiste.
fico acordado de noite, com a esperança secreta de
que possas regressar.
José Luis Peixoto,
"A casa, a escuridao" (2002)
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